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Para fechar, tivemos a companhia de 14.outubro | Manhã
Chiara Manfletti, da Neuraspace, cuja
apresentação nos levou de novo ao espaço,
não só pelo tema, mas pela forma clara e Ricardo Chaves partilhou com a audiência
pragmática com que abordou um tópico os desafios da utilização de IA em escala,
ainda pouco explorado: o tratamento de criação de motivação para transformação e
reconversão do modelo de entrega de um
resíduos no espaço.
operador bancário. Para o orador, não existe
Em primeiro lugar, explicou que esta ideia alternativa a uma transformação rápida e
surgiu como uma pergunta: dada a ambiciosa perante as expectativas
quantidade atual de resíduos (6.000 satélites crescentes dos consumidores, o uso de IA
em 2020, que se espera que sejam 100.000 como standard, a desintermediação e a
em 2030), que risco existe de colisão? E concorrência das Big Techs e Fintechs
depois, para se compreender se poderia especializadas. Na sua opinião a inteligência
haver aqui um mercado significativo – que artificial permite reinventar a forma como os
valor teria este mercado? clientes se relacionam com o banco e isto
consegue-se alcançar com a utilização de
analítica avançada “embebida” em toda a
jornada do cliente.
Espera-se que a economia espacial atinja
o valor de 1 bilião de USD em 2040 e que já
em 2027 o negócio dos resíduos espaciais
seja de mil milhões de USD. Este negócio terá
inevitavelmente de envolver seguradoras, que Luis Cordeiro e Nela Meneses partilharam
irão precisar de quem faça a medição do o modo com o a E-Redes utiliza dados e IA
risco. E as empresas nele envolvidas de para prever o crescimento da vegetação em
quem faça a gestão desse risco, à medida redor das linhas elétricas, gerir os riscos e
que se tornar mais relevante. distribuir racionalmente os recursos
A Neuraspace já é capaz de modelar e existentes, atuando onde e quando é mais
medir muitos aspetos deste fenómeno, importante. Numa empresa que gere mais de
estando para já concentrada em aumentar a 80.000 km de linhas aéreas, muitas das quais
capacidade humana e em reduzir o risco em zonas rurais com vegetação densa, cuja
através da Inteligência Artificial, mas já com manutenção da distância de segurança entre
a visão de um futuro em que a IA seja as linhas elétricas e a vegetação circundante
autónoma e possa operar satélites, deve ser monitorizada de perto para
monitorizar e gerir o risco, estando cumprimento dos regulamentos, apenas com
posicionada como pioneira neste domínio. recurso a IA isso se torna possível.
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