Page 32 - newDATAmagazine® | 18>10>2022

{people,future,skills}
COLUNA
colocá-lo em prática e, para isso, se não
estiver dotado de algumas qualidades
pessoais, terá em mãos uma missão muito
difícil!
Deixo um exemplo. É sabido que um líder
deve ser capaz de mostrar empatia para com
a sua equipa. Isto aprende-se! Mas, se não
for uma pessoa empática por natureza, existe
o risco de parecer um comportamento
plástico, forçado, que poderá surtir o efeito
contrário ao desejado. Para não correr este
risco, o líder deve conhecer-se a si próprio e
adotar um estilo de liderança que lhe seja
natural e produza resultados, melhorando ao
longo do tempo as suas competências
menos trabalhadas.
O CONTEXTO DA LIDERANÇA
A liderança não deve ser vista como um
processo linear que flui do líder para o
liderado, mas sim uma atividade dinâmica,
que vive da interação entre ambos, onde o
todo é muito superior à soma das partes.
Neste processo, e numa perspetiva holística,
mais do que realizar a tarefa com qualidade e
alcançar o objetivo com rigor, o líder promove
o desenvolvimento de cada indivíduo e,
coletivamente, o desenvolvimento da
organização.
A necessidade de possuir algumas
qualidades naturais, de adquirir
competências de liderança e de ser capaz de
promover o desenvolvimento dos indivíduos
e da organização, no quadro de uma
iniciativa, é uma combinação de fatores da
qual emerge um contexto único. Por ser
único, não existe nenhuma garantia de que o
estilo de liderança que tenha garantido o
sucesso de determinada iniciativa tenha a
mesma performance noutras. E isto é válido
mesmo que a combinação de líder e equipa
sejam semelhantes, porque o tempo e o
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envolvente garantem que as pessoas e as
iniciativas, embora aparentemente estáticas,
estejam em constante mudança.
Quando, num determinado grupo, a figura
de líder não é definida formalmente, é natural
que o membro que possui a combinação de
personalidade e competências de liderança
que faz com que os outros o(a) queiram
seguir se posicione como líder informal e
influencie opiniões e decisões coletivas.
PRÁTICAS DESACONSELHADAS
A multiplicidade de contextos de liderança
abre oportunidade para muitos estilos que
produzem resultados. Elencar todos os
aspetos positivos nesses estilos seria um
exercício interminável, pelo que passarei a
partilhar cinco comportamentos que o líder
não deve adotar, independentemente do
contexto ou estilo:
1. O líder não deve ser um «vendedor de
aspiradores»
É claro que esta observação não encerra
nenhuma crítica à profissão de vendedor.
Nessa função, apresentam-se as mesmas
características, dos mesmos equipamentos,
de forma repetida, na esperança de conseguir
convencer os ouvintes. O líder não deve usar
um único «discurso». Antes, deve adaptar os
vários elementos do processo de
comunicação ao contexto em que se insere,
se pretende ser ouvido e entendido.
2. O líder não deve motivar de forma
contínua e permanente
Ser capaz de motivar os outros é uma
competência de grande valor. Mas a
motivação não deve ser servida em contínuo,
mas, antes, como se de uma viagem se
tratasse. Imagine que vai de férias para um
destino a 50km de distância de sua casa.
Desde que entra no seu carro até que chega